22 de janeiro de 2009


Muitos? Nunca são muitos. Sabe sempre a pouco esta vida. Quando se é pequeno, nem se sabe o que é a vida. Vive-se por viver.

Crescemos e aprendemos a lutar contra uma vida que não é a nossa, a desafiar o destino e a dizer coisas como oxalá nunca o tivéssemos vivido. Desafiamos a vida porque a sabemos nossa e a temos num ponto que nada faz perceber que a podemos perder de facto. Ainda assim, entre guerras e revoltas, lá vamos vislumbrando que sabe bem viver, mas ainda custa.

Lá vem o tempo, em que as cartas se esgotam e o jogo se estreita em possibilidades. Os olhos pesam-nos e vemo-los presos à vida que se esgota.

E depois há o morrer.


Mas que farias tu se tivesses desde cedo a real ideia de que a vida é finita? - Paulo testava a sua imunidade ao discurso cansado de Filipa.


Teria lutado numa pressão maior para me entregar a esta vida todos os dias. Ter-me-ia desfeito e refeito em cada sonho e saberia ter-me vivido. Ou talvez não tivesse feito nada. Bem sabes, são coisas que me saem pela boca em momentos assim.
(fátima mendonça)

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