16 de janeiro de 2009

Amores (im)perfeitos


1. Houve um paixão e um compasso de espera num relógio que não obedeceu à pressa de um coração apaixonado.
Não houve papel numa apaixonada carta de amor, mas a paixão desenhou-se também em letras num monitor. Sem originalidade, José escreveu o que todos escrevem quando se apaixonam e o tentam negar.

2. Era um amor pequeno, desses que vem de um pacote engraçado que reúne dois corações vagabundos. Não se amavam, mas numa pressa para quebrar a solidão em que viviam, encostaram e encontram uma agitação mais calma na presença um do outro.

3. Recusada a ser iluminada por uma vela comum, Ana recuperava dos estragos de uma paixão não correspondida no reflexo do espelho, que lhe devolvia o gosto por si mesma. Em cada gesto, a recompensa e a promessa de que ficaria sempre com o que o espelho lhe devolveu.
(Roy Lichtenstein)

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