25 de janeiro de 2006

E se...


Agora vai anoitecer.

A noite segue-se ao dia.

Durante o primeiro período, devemos dormir. Desse modo, recuperarermos força para o trabalho. É isso que devemos fazer durante o dia.

Há pessoas que não trabalham, ou porque são muito novos, devendo, por isso estar no período de formação, ou porque já são velhos, tendo já trabalhado. Mas, regra geral, todos trabalham.

A maior parte dos que trabalham fá-lo exactamente durante o dia, embora haja profissões em que se trabalha durante a noite.

O trabalho fortalece o Homem.


E se o pano cair e nos perdermos.

E se refutar tudo o que disses num qualquer trajecto alternativo.

Afastar-me-ei ou ficarei mais próximo?

E o peso de ter traído, suportá-lo-ei?


E se cair e repetidamente protestar um grande NÃO até ao fundo, onde o eco já não se reproduzir e me afastar excruciante do quadro e do giz?

E se ficar inexorávelmente na excruciante dúvida até sentir o desespero do vão? Ou não o sentirei?

E se o meu traço se prender ao desenhado?


E se...


A noite chegou, devo-me preparar para dormir...

17 de janeiro de 2006

Ti, ti, ti. Gosto mais de ti!


Vá lá não me deixes para último. Pronto, não sei jogar bem à bola, mas, para último... Fico sempre eu e o outro. Mas o Manel é um caixa de óculos, é natural que ninguém o queira. Até para bem dele. Se uma bola apanha aqueles óculos desprevenidos... A mãe não vai gostar. É coisa para custar caro. Mesmo assim, não gostava de ter uns óculos.

Uma vez a Professora disse-me que eu via mal e devia ir ao oftalmologista. Calei-me. A minha mãe não era tão atenta para perceber que a distancia do televisor se aproximava à medida que se afastava aquele dia.
A Ana era minha amiga e deixou-me sempre copiar a lição por ela. Como tinha a letra bonita... Nunca gostei da palavra caligrafia, associo-a a um tempo de Senhor Farmacêutico, Senhor Prior ou, pior, Senhor Professor Oliveira Salazar. A Ana usava muitas cores. Também não gosto de cores. Mas ela era bonita, ainda assim.

Ao perto tudo é mais fácil porque se dissipam os erros e vemos melhor.

Hoje vejo-te melhor, mas ainda me importo quando me deixas para último.



hf
17. Jan.2005
Biblioteca do HGSA

7 de janeiro de 2006

Notas de um Presidente de Administração

Pouco disse à amálgama de gente que se contorcia de nervosismo à sua frente.
inexperientes.
perdidos.
temerosos.

"Duas ideias a transmitir: case mix e que estamos perante um hospital que tem 503 computadores (ou terminais de computadores, como eloquentemente distinguia) e 304 camas."

Podia ser este o garatujo defronte de tão bem falante doutor. Uma questão pertinente: o que é o case mix? Nem ele saberá, embora todo o seu léxico desaguasse amiúde no case mix. Talvez tenhamos que mudar o nosso palavreado...
Quanto às camas e computadores.... não sei mesmo... acho só curioso... Sinais dos tempos que correm; onde os computadores são mais referenciados do que a capacidade hospitalar... doentes ou doenças... ou mesmo as inquietudes nas vidas de quem dormita em camas hospitalares. Provavelmente tal facto melhora o case mix... Quem sabe?

bom ano .... ;) s.chacim

2 de janeiro de 2006

E quero que tudo corra muito bem!


E que tudo corra muito bem! Ela disse-o bem sentido. Ele sentiu-o bem perto. Há muito que esperava o tudo que agora lhe parecia bem pouco.
As palavras fizeram-se eco nas paredes ainda pouco alicerçadas. João batia-se no silêncio e arduamente tentava avaliar um passado pronto a arrefecer. Era a frase perfeita, que ele próprio diria sem margem para qualquer crítica. E o passado? Longe de perfeito, sabia-o sempre assim, mas começara a perder-lhe o rasto.
O vento levou-lhe os pensamentos e adiou-os: Amanhã, pensará nisso!
hf
2 de Janeiro 2006
Um excelente ano!