11 de outubro de 2013

Não há mais histórias como aquela

Não há mais histórias como aquela porque as regras das probabilidades que jogam com a vida ainda não encontraram mais nenhuma porta a quem tal acontecimento possa bater.

Faltam os atores.

Falta o cenário.

E falta sobretudo uma personagem como a Rita, que se apresse a abrir a porta perante um bater tão ligeiro:


Corre, Rita! 
Corre, Rita! 
A porta! 
A porta! 


Não falta quem bata assim. São maneiras que se aprendem e que se enraízam nuns quantos, porque dão resultado. Mas o mundo também aprende a desconfiar.  Bateres assim só são bem sucedidos por tempo muito curto, passando ser vistos como uma pedinchice, altura em que terão de encontrar outros ouvidos.  Feitas as contas das probabilidades, haverá sempre quem caia nesses bateres mas nunca haverá quem caia como Rita caiu.



Rita caiu.

Com a queda

Levou sonhos
e tudo o que a suportava.

 
Foi tão grande o estrondo que o sorriso que se apressa a acrescentar neste embaraços foi ineficaz.

Estatelada.
Caída.
Derrotada.

...

Mas, o raro ainda se tornou mais raro. Os sonhos não se desfizeram com a queda e numa elasticidade, que o tempo faz agora ver como fantástica, saltaram para onde vieram e uniram-se a Rita, na sua quase imediata ortogonalidade.