26 de julho de 2007

mãos

mãos suadas, de terra e sangue, de morte e pó. olhai-me minhas mãos, pois sem espelho não me sei, não me sou. sou-vos mãos que agem, que vos deixais envelhecer, nas atitudes rotineiras a que vos sabeis submeter prontamente, sem repulsas de maior, sem juízos de valor. cansai-vos sem questões, pois sois labor e ócio, ternura e indiferença, mas sois, porque não vos permito inexistência...olhai-me mãos, e por entre a água de meus olhos que vos turva conhecei-me, que eu já não me sei...

s.f.