8 de julho de 2012

para uma quadra




8 de maio de 2012

E, quando menos esperava,
acordei e senti-me quase morta.

Morta.

Morta nos dias que se somaram em anos,
nos anos que desfizeram os dias.

Acordar assim arremessa-nos para o vazio de uma sujidade imensa,
em que os relógios nos atormentam e os calendários marcam fins de histórias não começadas,
em que o grito se sente sem eco,
em que nada vale a pena.

Mas,
depois vieram outros acordares,
e até um pulsar tão forte que me fez sentir ter coração.

Quando finalmente morri,
deixei de sentir.
A sujidade,
essa ficou sempre a mesma.

15 de janeiro de 2012

Numa noite dessas,
nada se diz,
porque se percebe a inutilidade de todas as palavras.

Numa noite dessas,
ainda se chora,
porque o coração se sente desfeito e há rituais a cumprir.

Numa noite dessas,
o escuro é mais escuro do que a ausência do sol.

Numa noite dessas,
a memória esquece-se e
arrasta-se o sofrimento até à eternidade.


Paulo, sem piedade, fez Rita saber que estava tudo terminado entre eles. Por mais que tivesse antevisto o fim daquela relação, ela via este final como súbito. dramático e desnecessário, como são todos os finais para aqueles que se prendem ao amor.