12 de novembro de 2009


O amor prendeu-me como se prendem os corpos nas covas num dia de santos: num lugar fixo, onde me sei, e onde, ainda que não me vejas, tu me sabes encontrar.

Assim cantava Rita no dia negro de Novembro.

O amor prendeu-me, prendeu-me numa canção de abril nostálgica, fria e já sem significado, onde me agito entre letras e acordes de poeta morto à espera de uma alma com memória que me saiba cantar.

E ando presa, acorrentada... E que venham peritos dizerem-me que as correntes sou eu que as crio com os vícios do meu agir. E que venham esses inúteis. Para que os quero? Espelhos, não me faltam e conheço-me tão bem... Quero quem mas arranque! Mas, para isso, acaba-se-lhes rápido a perícia...
E o riso! O eterno riso que assombrava o mundo tão pequeno diante daquele gigante.

(paula rego)