8 de janeiro de 2009

(in)certa


Ouvi-lhe os lamentos, os risos, as lágrimas. Ouviu tudo. Num só gesto, depois de uma pausa dramática, ao mesmo tempo que queimava o último cigarro, encetou:

Rita, a vida é de uma simplicidade extrema. Tão simples que chega a ser circular na sua forma. É redundante não só em relação a ti mesma, mas também em relação a todos os outros. Não esperes diferenças tão absolutas nas pessoas e nas situações. Não as encontrarás! Não me tomes a mal, mas custa-me ver a tua agitação numa vida, cujo único fim é tão igual a todos: morrer.
Rita pouco mais disse. Havia qualquer coisa naquelas palavras que soava a verdade e tudo que fugia disso, Rita, entendeu-o como desgosto de uma alma cansada, que não queria ser contrariada.
(graça morais)

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