1 de novembro de 2008


Agitou-se como nunca num corpo tão só seu ao som da música de sempre, que ela própria entoava.

Olhares perdidos encontraram-na e, mais perdidos, soltaram risos.


Rio-me eu mais, porque sei por que danço!


Indiferente, ou pelo menos com uma aparente indiferença, Filipa, autónoma e inexorável, permaneceu, em múltiplos movimentos num ritmo único que lhe pertencia.

Terminada a música, porque até estas têm um fim, caminhou segura até ao extremo da porta, onde a esperava a vida de sempre atrás de um avental.


(Louise Bourgeois)

Nenhum comentário: