7 de novembro de 2008


Olhou para aquela ruga como se fora a única marca no seu rosto.
Até àquele momento, Ana havia desafiado o tempo e se dito velha, mas agora havia marcas que não necessitavam da sua voz para serem percebidas.

Uma ruga, que não desaparecia com o desfazer da expressão, mas que permanecia, teimosa, como todo aquele corpo, a insistir para que se prendesse a um mundo de relógios e calendários, aos quais não poderia mais ser indiferente.

Chegaria o dia, onde lhes perderia a conta, mas aquela seria sempre a primeira, num tempo que passa e deixa marcas.

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