12 de setembro de 2007


Talvez Paula se tenha perdido, ou, sei lá, se tenha mesmo esquecido. Vislumbra-se à saída de um metro e logo se recorda que perdeu a graça do seu olhar. Desconfia que tenha sido num daqueles saltos de quinze centímetros, cónicos, claro, porque só a esses a moda ilumina. Talvez nas calças justas da estação, ou até atrás de uma carteira XL... Enfim, não sabe como, mas sente que se perdeu.

Noutro dia, deu consigo a remoer a ideia de que foi numa noite de Abril, em que adormeceu a chamar por quem lhe limpasse a lágrima.
E se os dias se multiplicam, o calendário lá a surpreende a abraçar uma nova razão.
Sente o eco da própria voz no paradoxal vazio do seu corpo, a automaticidade dos seus movimentos e continua a caminhar.
Quero que o teu beijo me cale a alma!

hf


(joana salvador, sem título)

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