11 de agosto de 2007

Ando com uma palavra debaixo da língua. Trago-a bem presa, com um daqueles nós complicados que esperam apenas por um movimento único para se soltarem nos teus ouvidos.

Às vezes, quando o escuro da noite cala o impossível, ensaio o gesto num som calado, porque conheço bem as paredes que te separam de mim.
Sei tão bem as letras que ultrapassam o alfabeto e, às vezes, percebo-as a borbulharem na minha boca. Imagino as permutações, os arranjos e as combinações necessárias para que cada letra se toque e todas elas se fundam, dando-lhe voz.

Talvez possa dizer todas as outras palavras e esta se veja obrigada a fazer-se ouvir. Ou, sei lá, se os deuses andarem por perto, sabes já tu de cor tudo o que quero dizer...

hf

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