24 de abril de 2010




Quando o sono me pesa, assim me pesa a alma. Cai um pano pelos meus olhos, que, então obscuros, veêm pouco mais senão o meu sofrimento. É como se acordada, me mantivesse viva, consciente do mundo, atarefada a ocultar a dor.. Ou talvez tudo isto seja a minha propensão para dramatizar, e reflita nada mais do que a minha incapacidade para interpretar o meu próprio cansaço.

Rita, sempre severa consigo mesmo, acabaria por escrever a Tiago: Não me sabia dramática, exagerada e pouco sensata, mas parece que o sou e dói-me tanto.

Tiago teria as palavaras certas para lhe silenciar a dor. Rita saberia sempre não pertencer à normalidade, essa trivialidade de ser confundido como os demais, mas defender-se-ia, refugiando-se nos que a amariam como a ninguém mais.

(pic:fatima faria)

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