2 de outubro de 2007


Ana hoje aparece envolvida numa questão maior. Há unanimidade e todos o afirmam. O Paulo, esse, permanece no seu mundo, mas a Filipa garantiu que lhe viu o agitar cefálico de aprovação. O caso não é para menos, a Teresa desta vez foi demais... como das outras vezes, de tantas outras vezes, mas hoje parece que todos ou quase todos acordaram com os olhos postos no atrevimento daquela personagem. As palavras foram claras e cairiam, bem afiadas em qualquer pessoa que vestisse essa pele, mas não na Teresa. Esta ainda embelezou o espectáculo e verteu lágrimas. Saem-lhe tão facilmente e, ainda assim, têm algum valor, pelo menos para Paulo. Ficou a remoer aquele acenar. Teria sido muito cruel? Patético, como ele só. Ana percebeu-lhe a antecipada hesitação, como a fenda que iniciou a quebra do momento. Filipa iniciou logo de seguida o vacilar. Era o fim, o coração apertou-lhe bem no peito, a testemunhar a sua existência, e Ana preparou-se para adiantar um se calhar cada um é como é.


hf
(Paula Rego)

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