Foste o sol que chegou
numa tarde fria de inverno.
Ceguei-me com o teu brilho
e senti-me subitamente aquecer.
Como se iludem os corações
velhos e fustigados pelo frio...
Ignoram o peso dos anos,
embarcam na fantasia,
ingenuidade de criança,
e vêem o que querem ver.
Quando a realidade caiu,
trouxe o que já se sabia:
sóis presos ao próprio brilho
jamais nos podem aquecer.
26 de janeiro de 2016
25 de janeiro de 2016
caminhar
com ombros pesados,
carregada
de um pouco de tudo,
mas muito mais do nada.
olhos presos no caminho,
secos e envelhecidos,
mas que ainda vivem
e se erguem aos alheios.
a cada troca de olhares,
a esperança que não se habitua,
o desejo de encontrar passos
que se sincronizem aos seus.
a cada encontro,
o reviver do primeiro
conforto natal,
tempo sem fardos
ou almas feridas.
tempo sem tempo.
a cada despedida,
o tempo que regressa
o espelho que se impõe:
este é o teu caminho,
este é o teu fardo.
18 de janeiro de 2016
uma festa esplendorosa
Uma festa esplendorosa,
convidadas letras, todas,
de muitas cores e feitios,
que se moviam aos ritmos
gerados pelas músicas
e por tantas conversas
que enchiam a grande sala.
Houve acenos, risos, sorrisos
e cumprimentos despreocupados,
Houve toques, apertos e abraços.
e movimentos mais ousados.
A festa durou horas e horas
e terminou de madrugada
quando as últimas letras
se puseram de abalada.
Se lá embaixo a festa foi divinal,
vista de cima também não esteve mal.
Em toda aquela alegre movimentação
as letras formaram diferentes palavras
que, arranjadas com alguma imaginação,
compuseram uma divertida redação.
convidadas letras, todas,
de muitas cores e feitios,
que se moviam aos ritmos
gerados pelas músicas
e por tantas conversas
que enchiam a grande sala.
Houve acenos, risos, sorrisos
e cumprimentos despreocupados,
Houve toques, apertos e abraços.
e movimentos mais ousados.
A festa durou horas e horas
e terminou de madrugada
quando as últimas letras
se puseram de abalada.
Se lá embaixo a festa foi divinal,
vista de cima também não esteve mal.
Em toda aquela alegre movimentação
as letras formaram diferentes palavras
que, arranjadas com alguma imaginação,
compuseram uma divertida redação.
15 de janeiro de 2016
ouvir a morte
Ontem ouvi a morte.
Não a vi,
mas reconheci-lhes os passos...
Começaram lentos.
Depois apressaram-se,
correndo, correndo
como receasse
não chegar a tempo
ao seu destino final.
De seguida, abrandaram...
Contei cada um destes
até chegar junto de mim.
Foram sete passos,
sete longos e pesados passos,
em que todo eu me sustive.
A cada passo,
sentia o frio mais próximo de mim...
Frio
Frio
Frio
Frio
Frio
Frio
Frio
A cada passo,
sentia o medo a apoderar-se de mim...
Medo
Medo
Medo
Medo
Medo
Medo
Medo
Sempre de olhos fechados,
um único pensamento no escuro
enquanto a morte me rondava:
morrer seria deixar de te ver.
Quando a morte se foi
e me abandonou à vida,
um outro medo brotou:
medo de viver sem te ter.
Não a vi,
mas reconheci-lhes os passos...
Começaram lentos.
Depois apressaram-se,
correndo, correndo
como receasse
não chegar a tempo
ao seu destino final.
De seguida, abrandaram...
Contei cada um destes
até chegar junto de mim.
Foram sete passos,
sete longos e pesados passos,
em que todo eu me sustive.
A cada passo,
sentia o frio mais próximo de mim...
Frio
Frio
Frio
Frio
Frio
Frio
Frio
A cada passo,
sentia o medo a apoderar-se de mim...
Medo
Medo
Medo
Medo
Medo
Medo
Medo
Sempre de olhos fechados,
um único pensamento no escuro
enquanto a morte me rondava:
morrer seria deixar de te ver.
Quando a morte se foi
e me abandonou à vida,
um outro medo brotou:
medo de viver sem te ter.
13 de janeiro de 2016
de salto em salto
De salto em salto,
vai de altos a baixos
aquela
que não é de nenhum.
Na subida,
espera.
Finalmente,
encontro morada
acima da multidão!
Na descida,
desespera.
Sorte malvada,
morro estatelada
no meio do chão...
vai de altos a baixos
aquela
que não é de nenhum.
Na subida,
espera.
Finalmente,
encontro morada
acima da multidão!
Na descida,
desespera.
Sorte malvada,
morro estatelada
no meio do chão...
7 de janeiro de 2016
viúva
Sentiu-se viúva e
vestiu essa pele:
roupas de nojo,
e lágrimas no rosto.
- Por que chora a Rita?
- Diz que se sente viúva.
- Mas se nem é casada...
Chora, é por nada...
Disparate! Calúnia
de velha amargurada!
É-se viúva quando
se deixa de ser amada.
vestiu essa pele:
roupas de nojo,
e lágrimas no rosto.
- Por que chora a Rita?
- Diz que se sente viúva.
- Mas se nem é casada...
Chora, é por nada...
Disparate! Calúnia
de velha amargurada!
É-se viúva quando
se deixa de ser amada.
5 de janeiro de 2016
vai-me à rua!
Ai, como chove,
como faz frio
dentro de mim.
Ai, vai à rua,
meu amor!
Traz-me
um pouco de sol
embrulhado no teu sorriso!
Ai, e se não é abuso,
agarra a alegria
da criança que corre
sem pensar,
e a felicidade
dos que folegam de
esperança renovada!
Estes, prende-os
no teu olhar.
Ai, como já anseio
pela tua chegada...
Ai, e todos esses presentes,
como os vou acolher...
Serão a pausa anunciada
neste meu sofrer.
como faz frio
dentro de mim.
Ai, vai à rua,
meu amor!
Traz-me
um pouco de sol
embrulhado no teu sorriso!
Ai, e se não é abuso,
agarra a alegria
da criança que corre
sem pensar,
e a felicidade
dos que folegam de
esperança renovada!
Estes, prende-os
no teu olhar.
Ai, como já anseio
pela tua chegada...
Ai, e todos esses presentes,
como os vou acolher...
Serão a pausa anunciada
neste meu sofrer.
feito de palavras
O amor deles é feito de palavras,
umas, simples; outras, complicadas.
Falam do amor que sentem,
das memórias que lhes fogem
e dos anseios que os estremecem.
E, quando lhes faltam as palavras,
e a conversa ameaça abrandar,
logo um surge com mais palavras
que o outro retribui sem hesitar.
Assim se alimentam os amantes,
quando os corpos estão distantes.
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