Olhou para aquela ruga como se fora a única marca no seu rosto.
Até àquele momento, Ana havia desafiado o tempo e se dito velha, mas agora havia marcas que não necessitavam da sua voz para serem percebidas.
Uma ruga, que não desaparecia com o desfazer da expressão, mas que permanecia, teimosa, como todo aquele corpo, a insistir para que se prendesse a um mundo de relógios e calendários, aos quais não poderia mais ser indiferente.
Chegaria o dia, onde lhes perderia a conta, mas aquela seria sempre a primeira, num tempo que passa e deixa marcas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário