Agitou-se como nunca num corpo tão só seu ao som da música de sempre, que ela própria entoava.
Olhares perdidos encontraram-na e, mais perdidos, soltaram risos.
Rio-me eu mais, porque sei por que danço!
Indiferente, ou pelo menos com uma aparente indiferença, Filipa, autónoma e inexorável, permaneceu, em múltiplos movimentos num ritmo único que lhe pertencia.
Terminada a música, porque até estas têm um fim, caminhou segura até ao extremo da porta, onde a esperava a vida de sempre atrás de um avental.
(Louise Bourgeois)
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