O meu amor bateu com a cabeça numa rocha.
Era um amor de Rita, um desses amores grandes no momento, mas que se abatem com o passar das horas. Era, por aqueles dias, o seu amor, contudo. Numa rocha, talvez fosse metafórico. Paulo, astuto, perguntou: Então, o que se passou?
O meu amor bateu com a cabeça numa rocha. Rita repetiu a frase.
Paulo, silencioso, intimidou-a, forçando-a a desfazer-se em mais palavras.
Perdi-o e prefiro-o (saber) morto.
(Paula Rego, o fim da história)