21 de março de 2010
Numa noite qualquer, a vida dará voltas. Tu esperarás por mim, do modo como sempre espero por ti. Encontrar-nos-emos um no outro, e contaremos a rir o medo que cada um tinha que fosse só ele a gostar. O riso dará outro riso. Os olhos tocar-se-ão de um modo que só a alma vê. E os nossos passos saberão que encontraram o verdadeiro sentido de caminhar.
3 de março de 2010
Numa noite fria, o inverno aleija os calos e devolve-nos a idade.
Andar cansa e dói e recordamo-nos de outros tempos em que o roxo do frio não nos intimidava. Agora, nada apetece, e já nos esquecemos por que devemos caminhar.
O Paulo, a Rita, a Maria, a Joana, a Teresa, o frio de quem já não nos aquece.
Hoje a casa é grande, e vivo só.
***
Se a minha alma mirrar, como a minha cara, não me deixes cair, mas solta-me. Solta-me como se soltam as aves para um mundo lindo e cheio de cor, porque só a ele pertencem, e deixa-me ir. Por mais mirrada que esteja, lá encontrarei um caminho diferente do da gravidade.
Marlene Dumas
Assinar:
Postagens (Atom)