Denso, deturpado, cansado. Outrora usado repetidamente por um senhor idoso, cujo ausência de cabelo o fazia ser útil, eis que agora repousa, ao que parece eternamente, no baú das coisas velhas. O característico cheiro a mofo incomóda-o, como tudo o que é frio e eterno que aparenta vir num futro mais ou menos próximo. E numa lógica envelhecida, não se entende útil. Jamais alguém o colocará no cocuruto da cabeça, sendo que o tecido que o estrutura é impossível de ser reutilizado.
Sendo assim, deixa-se estar, num turpor mórbido que não imita a morte, mas que no fundo a é. Não há mais chapéu cinzento para ninguém...
sergio f.
Um comentário:
Soubesse, de facto, desenhar que me atreveria a colocar um rabisco de um chapéu, cinzento, claro!
Abraço
hf
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