Diz que tem medo e nem sei por quê. Acho que é daquelas coisas: uns têm muito, outros, nenhum.
Medo!
Quando o ouvi pela primeira vez, ainda lhe dei alguma razão. Enfim, pensei, é um pateta! Mas até os patetas merecem sentir o conforto de um 'tens razão'.
Mais tarde, ou até nessa tal primeira vez, acrescentei alguma coisa sobre a irracionalidade daquele receio. Ego por ego, que não fique também o meu ferido: se penso, digo, de um modo ou de outro.
Hoje, aparece com a mesma conversa. Tem medo. Tem medo e porque tem medo. E quando não o diz, deve ser porque aqueles olhos enfezados o antecipam e substituem na voz.
Não tenho paciência para pessoas assim. Medo? Onde já se viu? Pronto... deixe-mo-lo! Apaga a luz, porque quero dormir. Há cada um. Só a mim...
hf